sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Espaço Livre > Sobre surdos, libras, acessibilidade e notícias equivocadas sobre surdez

Me corta o coração quando um jornalista, escritor ou qualquer outra pessoa cujo trabalho atinge milhares de outras pessoas publica informações equivocadas a respeito do assunto surdos e surdez. É tanta generalização que não sei nem por onde começar. Em primeiro lugar, a parte mais desgastante (e isso é por preguiça de pesquisar o assunto) é ter que ler as seguintes bobagens:

• todo surdo é mudo
• todo surdo se comunica através de LIBRAS
• a língua de sinais é a língua do surdo
• crianças surdas devem estudar em escolas especiais para surdos
• todo surdo precisa de intérprete
• acessibilidade para surdos é a janelinha com o intérprete na TV
• quem nasce surdo vai continuar surdo até o fim da vida
• todo surdo faz parte da “comunidade surda”


Eu sou surda. Eu NÃO me comunico através de Libras. Eu falo. Eu escuto muito bem com aparelhos auditivos. Nunca estudei em escola especial. Não preciso de intérprete. Acessibilidade pra mim tem a ver com legendas nos programas de TV, avisos luminosos em certos locais, atendimento via chat, SMS e coisas assim – aquela janelinha de Libras na TV e chinês pra mim são a mesma coisa. Não faço e nem quero fazer parte de nenhuma “comunidade surda”.

Dá até vontade de perguntar: “entendeu ou quer que eu desenhe??”

Existem surdos sinalizados (estes sim podem se enquadrar nas informações descritas lá em cima no início do post) e surdos oralizados. Surdos oralizados usam aparelhos auditivos ou implantes cocleares (ou não usam nenhum dos dois, inclusive) e são experts em leitura labial. Surdos oralizados falam como qualquer pessoa ‘normal’ (ou melhor, ouvinte). Alguns surdos oralizados também conhecem a Libras e se comunicam com seus amigos/colegas/parentes que são sinalizados através dela – e são considerados bilíngues. Surdos oralizados são pessoas independentes, dominam o português falado e escrito e não necessitam de uma terceira pessoa envolvida na sua comunicação (um intérprete). Surdos oralizados NÃO vivem em função da surdez e NÃO vivem presos a um grupo pequeno de pessoas (a chamada “comunidade surda”).

A sensação que eu tenho quando leio qualquer notícia sobre surdos/surdez que envolva também a Libras é de que a pessoa que escreveu sentiu pena. “Ai, coitadinhos“. Raríssimos são os jornalistas/escritores IMPARCIAIS quando se trata desse assunto. Se existem dois tipos de surdos e os mais variados graus de surdez, vamos esclarecer isso, pôxa! Hoje em dia, ser surdo não significa viver no silêncio – os aparelhos auditivos de última geração e os implantes cocleares estão aí para provar!!

 POR PAULA PFEIFER

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Alguns dos mitos que rodeiam as comunidades surdas



Mito 01: “Os surdos são mudos”
As pessoas não têm conhecimento que surdez e mudez são totalmente diferentes, pois quem é surdo tem total capacidade de falar, mas não falam porque não foram ensinados e também porque não poderiam escutar a sua própria voz e que preferem usar a LIBRAS por ser um meio mais eficiente entre eles de se comunicar. Pois para haver a comunicação oral precisa ter a audição, pois para um diálogo a o emissor e o receptor, se um desses for surdo não irá adiantar utilizar a oralidade porque nada vai conseguir compreender e com a (LIBRAS) os surdos têm essa deficiência superada visto que ele estará se comunicando. 

Mito 02: “Todo o surdo faz leitura labial”
Não é fácil fazer leitura labial, pois o surdo precisa de treinamento e que não é uma habilidade natural deles, como também as línguas de Sinais também precisam ser praticadas para desenvolver com perfeição. Segundo o site da Wikipédia diz que foram feitos alguns estudos que comprovaram que aqueles que são experientes em fazer leitura labial só conseguem captar 50% do que é dito.  

Mito 03: “O gesto é tudo – portanto é fácil entender a linguagem gestual sem aprendizagem”.
Os gestos não são fáceis de se compreender e de se interpretar, pois para aqueles que não têm contato com pessoas surdas, tem mais dificuldades de fazer a interpretação, pois cada movimento feito, mesmo que seja com a mesmas posição dos dedos que está sendo apresentado, mas que fica em direções diferentes e em espaços diferentes da outro significado.
 

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Proximo Mês


“A LEITURA DO MUNDO PRECEDE A LEITURA DA PALAVRA”

 A LIBRAS é a língua da comunidade surda brasileira. Tem suas regras gramaticais próprias, possibilitando assim, o desenvolvimento linguístico da pessoa surda, favorecendo o seu acesso aos conhecimentos existentes na sociedade.
    Os sinais são formados a partir de parâmetros, como a combinação do movimento das mãos com um determinado formato num determinado lugar, podendo este lugar, ser uma parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo.
Os parâmetros da LIBRAS são:

- Configuração das mãos;
- Locação;
- Movimentos;
- Orientação das mãos;
- Expressão facial e/ou corporal.

Nesta combinação se obtém o sinal. Portanto, produzir sinais é combinar esses parâmetros para a formação das frases e textos num determinado contexto.

Há uma grande confusão e discussão em torno da aceitação ou não da LIBRAS por alguns ouvintes, devido às influências e preconceitos sociais, mas pode-se verificar alguns pontos importantes que devem ser considerados:

- A LIBRAS é a língua das comunidades surdas: foi criada e é usada pelos surdos no Brasil;
- O desenvolvimento linguístico, cognitivo, afetivo, sociocultural e acadêmico não dependem da audição, mas sim da aquisição e desenvolvimento da língua de sinais;
- A LIBRAS propicia o desenvolvimento linguístico e cognitivo da criança surda, favorecendo a produção escrita, servindo de apoio para a leitura e compreensão dos textos.

Libras



quarta-feira, 30 de abril de 2014

RESENHA CRÍTICA DO DOCUMENTÁRIO "PRO DIA NASCER FELIZ"



 “Conservar a vida” “o professor perdeu a dignidade” “todos estamos cansados de ouvir os problemas da educação”  “ninguém faz nada para resolver os problemas na educação”  “ não acredito mais na escola”; “a falta de presença dos pais”; “medo por parte de professores e alunos”. Ao vermos estas frases ditas por professores e alunos neste documentário, nos faz perceber que estamos diante de um mal que precisa urgentemente ser cortado pela raiz. O que vemos é um abismo, uma realidade existente entre as escolas não só públicas, mais também privadas, que nos remete a pensarmos como será o futuro.
O documentário apresenta as mais diversas realidades que nosso país vem enfrentando ao longo dos tempos com a educação. Mais onde será que está o problema? Nos pais; que muitas vezes não se preocupam com os estudos dos filhos. Para eles o importante é que os filhos apenas estejam “frequentando” a escola. Nos professores; que por perceberem a falta de interesse de muitos alunos acabam se desmotivando, ao invés de tentar ajudá-los. Nos governos (Municipais, Estaduais e Federal);  que mesmo vendo o descaso encontrado na maioria (não todas) das escola, fecha os olhos e não cria políticas públicas capaz de mudar este cenário. Ou será que o problema está realmente nos jovens, que por se acharem excluídos de oportunidades, acham que o melhor caminho é seguir outros rumos longe das escolas, mais no fim o que se percebe é que este caminho acaba, de forma trágica, muito cedo para eles.
Um dos momentos que mais mim chamou a atenção no documetário foi ver um grupo de professores discutindo a respeito das notas de um aluno, e perceber que os professores o aprovaram, ( mesmo sabendo que ele não atingiu a nota satisfatória) achando que estavam fazendo um bem para este aluno. Não se pode ouvir um aluno dizer que já portou uma arma, já usou drogas, já agrediu uma pessoa para roubar, e achar que tudo isso é natural. Se alguma coisa não for feito para mudar este cenário que estamos presenciando, continuaremos perdendo jovens mais jovens de 15, 16, 17... anos para a criminalidade.

Iniciativas que Transforma o Futuro

Este trabalho foi realizado a partir de uma entrevista feito por mim, junto ao professor Francisco Webyston que é natural e residente aqui na cidade de Aracoiaba- CE e que ensina na cidade de Mulungu-CE, que junto com outros professores e principalmente junto com os alunos, estão promovendo este belíssimo trabalho educacional.